Operar ou não operar?
A decisão de se submeter a uma cirurgia nunca é fácil. TODO procedimento apresenta RISCOS que precisam ser considerados.
Como racionalizar a tomada de decisão:
1- Saber qual a história natural da doença ( se não operar, o que irá acontecer?).
2- Se informar sobre as técnicas (tipos) de cirurgias disponíveis para tratamento.
3- Analisar os efeitos colaterais / sequelas da cirurgia e os riscos de complicaçoes (infecção, sangramento, déficits, etc.)
4- Refletir sobre os desejos do paciente e os impactos que a cirurgia ou tratamento conservador irão ocasionar.
5- Esclarecer todas as suas dúvidas quanto ao procedimento (como é a recuperação, controle de dor, tratamentos complementares, etc.) antes de decidir.
O papel do NEUROCIRURGIÃO:
Explicar em linguagem compreensível as informações necessárias para auxiliar a decisão.
O que preciso fazer para me submeter a uma cirurgia?
Para uma cirurgia ELETIVA (programada) existe um trâmite necessário:
1- AUTORIZAÇÃO da guia (pedido) de cirurgia pelo plano de saúde (convênio). No momento da entrega da guia cirúrgica para autorização é feita uma guia de pré-internação, que deve ser levada no dia da cirurgia.
Em cirurgias particulares, ao invés de autorizaçao, é realizado um orçamento com os custos estimados do procedimento (médicos, de materiais e hospitalares).
2- Realizar avaliação PRÉ-ANESTESICA, momento em que o anestesiologista avalia o paciente e determina a necessidade de exames complementares ou avaliação de outros especialistas antes da cirurgia.
3- Realizar reserva de HEMODERIVADOS ( sangue). Esse procedimento não é obrigatório em todas as cirurgias, apenas nas de grande porte e/ou com risco elevado de sangramento. O sangue do paciente é coletado e é feita uma análise para reserva de sangue compatível para ser utilizado na cirurgia caso necessário.
4- Assinatura do TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO. O termo é OBRIGATÓRIO , de forma resumida, é uma declaração do paciente, informando que está ciente dos riscos e benefícios da cirurgia e autoriza a realização dessa intervenção.
5- Agendamento da DATA do procedimento. Feito diretamente pelo neurocirurgião.
Obs.: em casos selecionados, podem ser necessários outros procedimentos, está lista é apenas um resumo geral.
Como proceder no dia anterior à cirurgia?
1- JEJUM: o tempo é estabelecido pelo anestesiologista (anestesista) e vem, por escrito, no impresso de avaliação pré-anestésica.
2- USO DE MEDICAMENTOS: no impresso de consulta pré-anestesica, estão informados quais os medicamentos devem ou não ser tomados antes e no dia da cirurgia. É FUNDAMENTAL informar ao anestesiologista todos os medicamentos em uso, especialmente aqueles que alteram a coagulaçao (Ex. AAS, CLOPIDROGREL, VARFARINA, MAREVAN, DABIGATRANA, RIVAROXABANA, etc.)
3- BANHO e CORTE DE CABELO: em situações específicas, pode-se orientar o banho com sabonete/xampú bactericida. Caso essa orientação não seja dada, o ideal é usar o xampú/sabonete de uso habitual. O corte do cabelo ou pelos deve ser feito pelo cirurgião dentro da sala de cirurgia, essa medida reduz o risco de infecção.
Caso tenha alguma restrição ou preferência quanto ao tipo ou à extensão do corte de cabelo, informe ao neurocirurgião.
4- EXAMES e DOCUMENTOS: o dia da cirurgia é um momento de estresse, por isso separar os exames e documentos (guia de pré-internação, carteria de identidade, do plano de saúde, impresso da avaliação pré-anestesica, etc.) ajuda a evitar esquecimentos e contratempos.
5- DESPERTADOR e PONTUALIDADE: programe seu despertador e seja pontual. Atrasos podem levar a remarcação ou cancelamento da cirurgia.
O dia da cirurgia, o que fazer?
1- Antes de se dirigir ao hospital, confira o check-list abaixo:
DOCUMENTOS:
- Documento de Identificação ( Carteira de Identidade, profissional, de motorista, etc.).
- Carteira do plano de saúde (convênio).
- Guia de pré-internação.
- Impreso de avaliação pré-anestésica.
EXAMES
- Exames de imagem (tomografia, ressonância, raio-x, etc.).
- Exames de sangue.
- Eletroencefalograma, vídeo-eletroencefalografia, etc.
MEDICAMENTOS E MATERIAIS DE USO PESSOAL
- Medicações de uso crônico.
- Órteses, meias compressivas, etc. (apenas caso utilize ou tenham sido solicitados previamente).
- Itens de uso pessoal e higiene, como escova de dente, chinelo etc.
2- No HOSPITAL:
Inicialmente, você deve se dirigir ao setor de internação.
Posteriormente, você será encaminhado ao Centro Cirúrgico onde será necesário vestir um pijama do hospital e retirar todos os adernos (brincos, aneis, etc.).
Na sala de cirurgia, você será apresnetado aos profissionais e questionado como parte do protocolo de CIRURGIA SEGURA. As principais perguntas são:
- Qual o seu nome?
- Qual o seu problema de saúde?
- Possui alergias?
- Qual o tipo de cirurgia?
- Qual o lado da cirurgia (se aplicável)?
Após conferência dos dados, é iniciado o processo de indução anestésica e, em seguida, a cirurgia propriamente dita.
Como é o pós-operatório?
Após a cirurgia, a recuperação pode ser feita no Centro de Tarapia Intensiva (CTI) ou no Quarto / Enfermaria. A escolha é feita pelo cirurgião e depende do tipo de cirurgia realizada e comorbidades (doenças) do paciente.
No CTI, não é permitida a permanência cont[inua de acompanhantes, existem horários definidos para obtenção de informações sobre o estado do paciente e para visitá-lo.
O que é a alta hospitalar?
A alta hospitalar é o momento em que o paciente é liberado para sair do hospital e depende tanto do tipo de cirurgia realizada quanto da evolução do quadro.
Esse é o momento em que são entregues relatórios, atestados, prescrições (receitas de mediamentos) e são dadas orientações sobre seguimento ambulatorial e sinais de alerta para retorno ao Pronto-Atendimento para reavaliação.
Para alta, é obrigatória a presença de acompanhante.
Quais as peculiaridades das cirurgias de urgência?
Cirurgias de urgência / emergência são aquelas em que a doença a ser tratada gera um risco, imediato ou em curto prazo, para a vida do paciente.
Em casos de Urgência / Emergência, a obtenção do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido não é obrigatória.
Caso exista risco imediata a vida, não necessária autorização do plano de saúde (convênio) para realização da cirurgia.